
Governo do Estado de São Paulo, por meio da Secretaria de Cultura e Economia Criativa, apresenta

Impressões do Minhocão
Em 24 de janeiro de 1971 foi inaugurada a Via Elevada Presidente Costa e Silva. A data foi escolhida oportunamente para simbolizar a entrega de um presente para o aniversário da cidade de São Paulo. Uma via para carros de 2,8km que corta o centro da cidade de São Paulo, sob a promessa de auxiliar o fluxo do trânsito. Hoje, denominado Elevado Presidente João Goulart, conhecido como Minhocão, é utilizado e frequentado para trânsito de pessoas e automóveis, abrigo para pessoas em situação de rua, espaço para intervenções artísticas físicas e visuais – grafite por exemplo -, ponto de ônibus, ciclovia. O espaço pode-se considerar uma exposição aberta e pública onde as pessoas podem ter um olhar cidadão e/ou artístico e, também são transeuntes e produtores de imagens.
Em uma única parede, pode-se verificar as marcas do tempo da cidade: tinta, cola, papel, fuligem, deterioração pela chuva, sol ou pela acidez da urina. Todos esses elementos se sobrepõem e criam novas imagens alargando o imaginário de uma região e ampliando o repertório visual dos transeuntes. Paisagens oníricas coletivas produzidas durante o estado de vigília. Onde a gente pode se expressar no dia a dia, quando a vida prática se impõe? Quando o espaço é aberto e uma pessoa encosta em um muro esperando o ônibus, o braço que tem gordura e suor carimba a parede e o passante leva também um pouco da poeira da obra. As pessoas possuem naquele nicho a oportunidade para intervenção de acordo com a necessidade repentina: colocar um chiclete, o anúncio da manicure, uma poesia, a fuligem de uma fogueira. Os espaços se tornam flexíveis e receptivos para a construção de subjetividades.


























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